Quando
o abraço terminou olhei nos olhos dele, e eram os mais lindo e brilhante que eu
já havia visto, foi simplesmente uma troca de olhares maravilhoso, e pela
primeira vez, desde que o vi. Sorri e nesse instante ele sorriu também. E nos
afastamos.
Luan:
Tudo bem com vocês? – quebrou um silêncio eterno.
Marina:
Sim, claro, melhor agora! – estava eufórica.
Fiquei
parada olhando pra ele, e não tive cabeça pra responder.
Luan: E
você, está bem? - disse olhando pra mim.
Sophie:
È... É... Tô... Tô sim.
Luan:
Que bom... – pausa, não parávamos de nos olhar. - Agora vamos sentar? Tô com
muita fome. – quebrou o clima e se sentou, em seguida todas se sentaram, menos
eu.
Sophie:
Antes preciso ir no banheiro, vamos comigo Marina?
Marina:
Tá, eu vou, com licença. – se levantou.
Marizete:
Claro, vão lá e voltem logo.
Sophie:
Pode deixar. – rimos tensas.
Eu não estava
acreditando naquilo tudo! E é por isso que saí dali, pra ver se eu refrescava
minha cabeça um pouco, mas aquele olhar do Luan só fazia meu sangue ferver.
Saímos dali, fomos até o banheiro, chegando lá fechei a porta, olhei no espelho
e disse a Marina.
Sophie:
Você tá bem? – meu mundo girava em torno dele agora.
Marina:
Não sei. – silêncio - Parece que eu tô anestesiada, não sinto nada, nem meu
braço, nem minha perna, e muito menos consigo pensar! – sentou no chão.
Sophie:
Pois é, eu também tô assim, não sinto nada! – silêncio, de novo.
Marina:
Posso te fazer uma pergunta, aproveitando que estamos sozinhas?
Senti
um frio na barriga.
Sophie:
Pode, pode sim.
Marina:
Você tá gostando do Luan? Mudou sua opinião sobre ele?
Sophie:
Por que essa pergunta? – me virei pra ela.
Marina:
Por quê? Como assim por quê? Você não disse nada sobre ele hoje, nem mesmo fez
força pra não vir, e agora diz isso, faça-me favor, se você não gostasse dele
nem aqui você estaria!
Sophie:
Mas é... - me interrompeu.
Marina:
Sophie!
Sophie:
Tá bom! Tá bom! Você venceu, eu vou te contar tudo, certo?
Marina:
Certo. Pode falar. – me sentei do lado dela.
Sophie:
Bem, tudo começou quando você me mostrou aquela música, Amar não é pecado...
Interrompeu-me, de novo.
Marina:
Sabia que você iria gostar!
Sophie:
Posso continuar?
Marina:
Desculpa, pode falar.
Sophie:
Então, depois que você me mostrou a música, eu me apaixonei! Cheguei em casa e
comecei a ver fotos, ouvir músicas e pesquisei tudo sobre a vida dele. Depois
desse dia, aliás, depois de ontem, eu não parei de pensar nele, e não é um amor
como o seu, de fã, é um amor verdadeiro, um amor que eu não pude controlar,
sabe, é um sentimento diferente de todos que eu já tive na minha vida! –
escorreram lágrimas de meus olhos, mas de felicidade e emoção.
Marina:
Nossa, eu não sabia que era tão forte assim, é eu acho que é amor mesmo, mas eu
também o amo tanto, tanto.
Sophie:
Eu sei, mas o meu amor é diferente de todos, não que eu ame mas que tu, não é
isso, mas é diferente eu sei... – meus olhos brilhavam, eu sentia.
Marina:
È parece mesmo ser diferente. Mas porque você não disse antes? Porque você não
quer ir ao show comigo?
Sophie:
Sei lá, eu fiquei com medo.
Marina:
Medo de que?
Sophie:
Medo de me chamarem de falsa, de interesseira.
Marina:
È, você sempre o xingou né? Mas você deveria ter me contado, eu não iria te
chamar de falsa.
Sophie:
Eu sei, mas eu tive medo. – pausa. - Vai ficar brava comigo?
Marina:
Ficar brava por você ter começado a gostar do Luan? Não, claro que não. –
sorrimos.
Sophie:
Ah, obrigada! Te amo viu? – nos abraçamos.
Marina:
Eu também te amo amiga! – chorávamos de emoção.
Sophie:
Bem, agora vamos voltar lá, aproveitar que o destino nos deu essa chance. –
levantei, limpando meu rosto e meus olhos.
Marina:
È vamos voltar lá, e vê se comporta, tá? – debochou.
Sophie:
Ah, pode deixar, mas você também tem que se comportar. – entrei na brincadeira.
Marina:
Ah, claro! – sorrimos e saímos do banheiro e voltamos pra mesa. Olhei pro Luan,
ele me deu aquele sorrisinho lindo que me deixou sem graça, e logo percebi que
as outras da mesa ficaram sem graça também, e para a situação não ficar chata,
Bruna quebrou o clima.
Bruna:
Sentem-se meninas!
Sophie:
Ah, sim. - me sentei, e Marina sentou atrás.
Luan:
Então, como vocês se chamam? Nem tive tempo de perguntar.
Bruna:
Nossa! E eu nem apresentei! - rimos.
Marina:
Eu sou a Marina. - olhou pra mim estava bebendo refrigerante. - E essa é
Sophie. – disse depois que um silêncio, porque estava bebendo e não tive como
responder.
Sophie:
Desculpe. – fiquei envergonhada.
Luan:
Não foi nada. - então um celular tocou, era da Marizete, ela saiu pra atender e
disse que já iria pro quarto direto, pois tinha algumas coisas pra resolver,
ficamos ali conversando e é claro que eu e Marina estávamos meio desajeitadas,
e não era por menos, estávamos com o Luan Santana e foi esse o motivo que nos
deixou, muitas vezes caladas, sem nada a dizer. Bruna era sempre que tomava as
iniciativas de conversa.
Bruna:
Ah, lembrei-me do que eu tinha que te perguntar Luan.
Luan:
Diz. – terminava de comer.
Bruna:
Bem, é que... - a interrompi.
Sophie:
Desculpe ter te interrompido assim Bruna, mas é que eu acho que vocês tem muito
que conversar, mas acho também que tem que ser sozinhos, eu e Marina não temos
nada a ver com isso...
Bruna:
Que isso, se fosse uma coisa particular eu perguntaria depois, e também vocês
são minhas amigas não são, de poucas horas, mas são né?
Sophie:
Acho que sim.
Bruna:
São sim, eu gostei de vocês duas, são pessoas legais.
Luan:
Se ela diz isso eu acredito, vocês parecem mesmo serem legais, poxa não vão
fazer essa desfeita né?
Bruna:
È, vocês não vão fazer essa desfeita, vão?
Sophie:
Bem, é... - fiquei sem ter o que dizer. E Marina completou.
Marina:
È, depois de ouvir isso, acho que não vamos fazer isso né Sophie?
Sophie:
È, eu acho.
Bruna:
Que bom ouvir isso, como já disse vocês são mesmo pessoas legais.
Luan: È
são mesmo, agora, por favor, vamos encerrar esse assunto com um brinde?
Bruna:
Claro! Levantaram os copos. Eu e Marina nos entreolhamos e levantamos também.
Luan: A
nossa amizade!
Bruna:
A nossa amizade!
Sophie:
A nossa amizade de algumas horas! - disse brincando e todos riram enquanto batemos
nossos copos.
Tudo
isso ainda me deixava muito nervosa, não conseguia parar de olhar pro Luan e
não pensar em tudo que me aconteceu, aquele olhar que às vezes ele me dava, me
deixava toda arrepiada, meu coração disparava a todo segundo só de ouvir tua
linda voz. Teve momentos que não dava pra disfarçar, era muito forte o que
estava acontecendo comigo, muito forte mesmo.
Depois
de alguns minutos, meu celular tocou, era minha mãe.
Sophie:
Oi mãe! – atendi um pouco afastada deles.
Juliana:
Oi filha! Onde você e Marina estão?
Sophie:
Onde eu estou? – não sabia o que responder.
Juliana:
È filha, onde vocês duas estão? – insistiu.
Sophie:
A gente tá no shopping, mãe. - olhei em volta e todos não estavam entendo nada,
e me olhavam estranhando.
Juliana:
È mesmo, então porque eu fui aí e não vi vocês?
Sophie:
Ah mãe, com certeza nos desencontramos, sei lá. – a surpresa tomou conta de mim,
mas tive cabeça pra disfarçar.
Juliana:
Pode ser... Eu fui lá correndo nem procurei vocês direito. Mas quando vocês vêm
embora? Já tá tarde.
Sophie:
È você tem razão, já tá tarde, e nós já estamos indo, pode ficar tranquila mãe.
Juliana:
Tá então vem logo. Ah, e manda a Mari vim pra cá, os pais dela estão aqui pro
jantar.
Sophie:
Ah sim, pode deixar que eu falo pra ela. – respirei aliviada.
Juliana:
Então tchau filha, te amo.
Sophie:
Tchau mãe, também te amo. - desligamos.
Marina:
Acho que já sei. – voltei pra perto deles.
Sophie:
È, temos que ir embora. – peguei minha bolsa.
Bruna:
Sério? Que chato, estava tão legal falando com vocês. – se levantou.
Luan: È
estava legal mesmo. Agora, porque você disse que estava no shopping?
Bruna:
Verdade. Por quê?
Sophie:
Por que ela nem ninguém sabe que estamos aqui. E se soubessem iriam nos matar!
Marina:
Pode ter certeza que sim, a minha mãe iria ficar uma fera!
Bruna:
Mas você não tinha ligado pra sua mãe?
Marina:
Liguei, e disse que estávamos no shopping, e que iria demora um pouco.
Luan: Nossa
vocês mentiram tanto assim? – se levantou também.
Sophie:
Pois é! E o pior de tudo é que quase fomos descobertas!
Marina:
Como?
Sophie:
È, minha mãe foi até o shopping, porque sua mãe disse a ela que estávamos lá, e
não nos viu, ficou preocupada e me ligou.
Marina:
E...
Sophie:
E eu tive que disfarçar. E nossa sorte é que ela nem nos procurou direito, se
não...
Marina:
Um mês de castigo.
Luan:
Por quê?
Marina:
Por quê? Porque não é normal os pais saberem que sua filha 'invadiu' um hotel.
Sophie:
Mas eu nem iria ligar, o dia hoje foi incrível, obrigada por tudo Bruna,
principalmente pela blusa. – me dirigi a ela.
Marina:
È obrigada por tudo mesmo.
Bruna:
Que isso meninas, foi um prazer passar o dia com vocês.
Sophie:
O prazer foi nosso.
Marina:
Então vamos antes que eles vão nos procurar no shopping, tchau Luan foi um
prazer te conhecer.
Luan: O
prazer foi meu. -se abraçaram enquanto me despedia de Bruna.
Sophie:
Bruna, adorei te conhecer, tchau!
Bruna:
Tchau Sophie, também adorei te conhecer. - nos abraçamos.
E
enquanto a Marina se despedia de Bruna, fui me despedir do Luan, com o coração
a mil.
Sophie:
Bem... Tchau Luan... È... Foi um dia maravilhoso. – estava sem jeito.
Luan:
Pra mim também foi maravilhoso. - nos abraçamos, e quando o abraço terminou,
nos olhamos outra vez, foi uma sensação incrível, como se o mundo parasse pra
nos ver, como se aquele momento não acabasse nunca, mas infelizmente acabou.
Marina:
Vamos Sophie.
Sophie:
Vamos, vamos sim. - disse me recuperando.
Luan:
Pode deixar que eu levo vocês em casa.
Sophie:
Não, é melhor não.
Marina:
È imagina o que nossas mães vão pensar se chegarmos em casa com Luan Santana?!
Bruna:
È Luan, elas tem razão.
Luan:
Já que é assim...
Bruna:
Mas vocês vão voltar amanhã né?
Marina:
Não sei...
Luan:
Claro que vão.
Bruna:
È, venham sim, vai ser muito legal!
Marina:
Já que é assim, a gente vem né Sophie?
Sophie:
Acho que sim. - disse olhando pro Luan.
Marina:
Então, tchau, até amanhã.
Sophie:
Até amanhã.
Bruna e
Luan: Tchau.
Saímos
dali e pegamos um taxi. Entrei no carro desorientada com aquilo tudo, não sabia
o que fazer ou dizer, e percebi que Marina também.
Marina:
Que dia hein?
Sophie:
Foi um dos melhores dias da minha vida.
Marina:
O meu também. Ele é incrível, maravilhoso, simpático, divertido, enfim, tudo de
bom!
Sophie:
Pois é, também achei, ele não poderia ser melhor. – minha cabeça tinha ficado
no hotel.
Marina:
È né. Mas outra coisa que eu também não pude deixar de perceber, foi os olhares
que vocês dois trocaram...
Sophie:
O que? – acordei. Voltei pra realidade.
Marina:
È, não tinha como não perceber Sophie. Olhares 'diferentes' me entende?
Sophie:
Que isso Marina! Que olhares?
Marina:
Ah não! Para Sophie! Você eu sei que é 'apaixonada' por ele e de você eu esperei
isso, agora dele também? Você tem é muita sorte menina! – sorriu.
Sophie:
Como assim? Não tô entendendo...
Marina:
Eu te explico direito: A tarde inteira ele te olhou diferente, te olhava
daquele jeito que... De tá interessado, sabe? Aquele olhar que enlouquece qualquer
uma. E não tinha como não perceber, e pode ter certeza que a Bruna também
percebeu.
Sophie:
È você tem razão, ele me olhou diferente a tarde inteira mesmo. Mas será mesmo
que a sorte iria sorrir pra mim tanto assim?
Marina:
Não sei, mas pelo que eu vi... E também, quando duas pessoas nascem uma para
outra, o destino inventa de tudo quanto é jeito para esses seres se encontrarem
e se amarem, a qualquer custo.
Sophie:
Nossa! Tá inspirada hoje hein!
Marina:
Como não estaria! Depois dessa tarde! Mas não muda de assunto, entendeu o que
eu disse?
Sophie:
Eu entendi, só não sei se é pra ser assim.
Marina:
Eu também não sei, mas um dia vamos saber né?
Sophie:
È, um dia vamos ter que saber. - sorrimos.
E o
carro parou chegamos em frente a minha casa, descemos e quando estava
atravessando a rua ouvi uma voz.
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